quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Colibri_4 poemas

...


Não sei...

Não sei...
Duvido do que quero
Quero o que não sabia
Não sei se quero o que queria
Ou se deixei de querer o que já quis
Talvez não saiba querer o que tenho
E tema não conquistar o que quero

Não sei....
Talvez apenas queira
Um querer que tudo se tem
Num estar de querer livremente
Sem querer estragar de contente
De quem tudo tem, na verdade
A partilha, e se queira sem ser metade!



Onde me perdi exactamente
No meio desta tempestade de ira
Onde ficou a pureza no olhar quente
Numa voz ausente que já não respira

Por onde ficaram os passos marcados
De uma busca esquecida de amargo
Por onde andaram os meus abraços
Que atormentaram a alma com desamparo

Por quem me transformei nesta corrida
Que não vejo ou entendo aqueles que magoam
Por quem me tomam, gente sem Vida?
So me desejam as lágrimas que desmoronam

Entre destroços de um campo rendido ao desamor
Espalhado nas cinzas convertidas em chamas
Do desencanto de um dia negro cheio de dor
Calaram de pranto as aguçadas labaredas

Como alcançar a esperança vencida?
De quem já não espera para ver o verde nascer...
Neste lugar inóspito largado à tristeza do rancor
Nascido de quereres demasiados sérios para merecer
Um novo amanhã repleto de energia e amor!

Como trazer até dentro deste tornado
A pacificidade de pólen vaguear na orla do vento
Salpicando o horizonte em tons saturados como que o pintando
Para alegrar este céu difícil de contentar no momento!

1 comentário:

  1. Poemas sentidos que são também belos exercícios de escrita.
    Uma boa semana, meu Amigo Luís.
    Um beijo.

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