domingo, 22 de junho de 2025

Talvez o último poema



     1935-2025
foto: Jornal do Funchal 


“25-27.Fev.2025


Martins Júnior, dedicado a Zeca Afonso 

Nem mausoléu nem flores

Nem mesmo campa rasa

Nem tubas nem tambores

Não me tragam rosas bem-me-queres

Porque eu não estou aqui

Nunca foi esta a minha casa

Vagueio errante mas não errado

E estou sempre onde estiveres

Do outro lado

Onde o sol corta a vidraça negra opaca

Dos humanos covis

Eu estou em ti

Tu és o meu país

Que desbravo e cavo

Para encontrar

Vermelho como um cravo

O corpo morto do meu povo cativo

Se o trouxeres quente redivivo

Eu estou lá

E levas-me contigo

Sem medo e ‘maior que o pensamento’

porque és tu aquele amigo

Que eu chamo a cada momento

Sou eu que te procuro

E pego no teu braço

Para esconjurar o fosso escuro

Dos tarrafais fechados nas ruas

Nas fábricas nos montes nos rios a-céu-aberto

No casebre ou na vivenda onde tu moras

Se avisares a ‘malta do que faz falta’

Se afrontares os ‘vampiros’ de todas as horas

A tua voz será mais alta

Que as mais sonoras

Baladas ‘verde maio verde milho’

Deste migrante ‘andarilho’

Não me tragam mais troféus

Nem me lembrem mais os pides as prisões

Nem palmas nem medalhões

Porque eu ando por aí

Em tudo o que canta

Em tudo o que clama

Em tudo o que se alevanta

E olhando o sol sorri

Eu não morri

Porque vivo em ti”

by: Padre José Martins Júnior,



sexta-feira, 20 de junho de 2025

Israel/Irão _ Opinião

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