terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Quinteto Lisboa




Quinteto Lisboa





A história que o Quinteto Lisboa vem contar, é simples.
O Quinteto Lisboa é um projecto que surge a partir da cumplicidade de vários anos entre a dupla de compositores João Monge (letrista) e João Gil (músico e guitarrista) e de dois músicos de excelência, José Peixoto (guitarrista) e Fernando Júdice (baixista).
As vozes são de Paulo de Carvalho e Maria Berasarte.


O Quinteto Lisboa traz uma alma nova à música e pretendem marcar o “movimento” do que pressentem ser a “nova Música Urbana Portuguesa”, levando compositores e intérpretes a encontrar algo de novo dentro das suas raízes. O projecto é um grupo que nasce da vontade de trazer uma nova sonoridade à música portuguesa. Segundo os autores, “não é um projecto de fado, mas o QUINTETO jamais existiria se não houvesse fado”.
O disco homónimo é, de resto, testemunho desta missão. Ao longo de 15 canções, as vozes de Paulo de Carvalho e Maria Berasarte cruzam-se e descruzam-se, perdem-se e reencontram-se nos acordes delicados das guitarras de João Gil e José Peixoto.
“Pé Ante Pé” é o single de apresentação do “Quinteto de Lisboa”.
João Gil assina a composição desta letra de João Monge, a que Paulo de Carvalho empresta a voz numa interpretação única.

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AQUI: Armando Carvalheda recebeu, no estúdio 23, o Quinteto Lisboa, apresentando três temas.
Enquanto os músicos, que integram a formação, desvendavam o espírito subjacente à música que fazem.

Captação e gravação de Eric Harizanos.
Produção Ana Sofia Carvalheda.









QUINTETO LISBOA

Membros:
Maria Berasarte - Voz
Paulo de Carvalho - Voz
José Peixoto – guitarra clássica
João Gil – guitarra acústica
Fernando Júdice – baixo acústico



Alinhamento:
01. Fado Enamorado
02. Vai
03. Pé Ante Pé
04. Casa
05. Fado Açoriano
06. Atrás dos Meus Cortinados
07. Quase Oração
08. Fado Flor
09. Pregão
10. Bem Dizias
11. Memórias de Adriano
12. Confissão
13. Tão Tarde
14. Noite e Dia (Estranha Dança)
15. Depois da Chuva











sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Leonel Cosme



Morreu o escritor Leonel Cosme, 
autor de "A Revolta"


Tinha 86 anos. As cerimónias fúnebres realizam-se esta sexta-feira.

PorLusa


Quando eu morrer ponham-me num museu
que o meu lugar é aí.
Coloquem na vitrina este letreiro:
“Espécie rara de tipo invertebrado
verdadeiramente fenomenal.
Fez poesia. Cursou a Faculdade. Sofreu
entre outras coisas, ausências de dinheiro,
e, como os humanos, pensou no Bem e Mal.
Chegou a convencer-se que era gente.
Mas morreu.
E por tudo isso que o fez diferente
dos outros invertebrados
veio parar à sala de um museu”

18-12-57

Quando eu me for
Seja um fim de tarde
Quando o sol já perde o fulgor
E já não arde.
Que me vá devagarinho
Suavemente
Como pétala de flor
A cair sobre o tampo
De uma mesa
Sem tristeza
Nem dor
Apenas como um eco
Que se cala.

03-03-08

"Há um tempo de chegar e um tempo de partir... Chegou a hora de o meu pai, Leonel Cosme, partir", escreve a filha Ariana Cosme, na sua página do Facebook.

Na publicação, Ariana Cosme recorda que o pai deixou escrito no seu último livro "Homo Sum: Tempo de Partir e Chegar" (no prelo na Unicepe) a sua última vontade: "Quando eu morrer quero apenas sobre a campa uma lápide ou tampa com o meu nome, pois ele diz o que eu valer (...)".


Leonel Cosme nasceu em Guimarães, em 1934, e viveu 30 anos em Angola, para onde partiu, em 1950, com a família.

Radicou-se naquela então colónia portuguesa, onde foi funcionário público e exerceu jornalismo, tendo regressado a Portugal em 1975.

Em 1982, voltou a Angola e ali permaneceu até 1987, ano em que regressou definitivamente a Portugal.

Prosseguiu, no Porto e em Lisboa, a atividade jornalística que já desenvolvia em Angola, na imprensa e na rádio, e, em 1990, retirou-se do jornalismo profissional para se dedicar à atividade literária, representada por colaboração em jornais e revistas da especialidade, obras de ficção e ensaio histórico-literário.

Publicou as novelas "Um Homem na Rua" (1958) e "A Dúvida" (1961), os contos "Quando a Tormenta Passar" (1959) e "Graciano" (1960), e ainda o livro de poemas "Ecce Homo" (1973).

No domínio do ensaio, publicou "A Separação das Águas - Angola 1975-1976", "Cultura e Revolução em Angola" (1978), "Agostinho Neto, a Poesia e o Homem" (1984), "Muitas são as Áfricas" (2006).

Escreveu ainda uma 'pentalogia', genericamente intitulada "A Revolta", iniciada na década de 1980, de que fazem parte títulos mais recentes como "A Terra Da Promissão" e "A Hora Final".

Em Angola, colaborou na revista Cultura, de Luanda (1957-1961), e no Boletim Cultural de Huambo, publicado na então cidade de Nova Lisboa (1948-1974) e foi um dos fundadores e diretor das Edições Imbondeiro, de Sá da Bandeira (hoje Lubango), onde prefaciou e publicou, em parceria com Garibaldino de Andrade, as que foram consideradas -- pelo conteúdo e pelo momento histórico da edição -- as mais importantes antologias da nova literatura angolana: "Contos d' África" (1961), "Novos Contos d'África" (1962) e "Antologia Poética Angolana" (1963).

Leonel Cosme é também o autor do catálogo da Primeira Exposição de Bibliografia Angolana (Sá da Bandeira, hoje Lubango, 1962), com cerca de 700 títulos distribuídos por seis áreas: História e Sociologia, Etnografia, Literatura e Ficção, Viagens e Narrativas, Vários Estudos, Antropologia.

Participou em congressos, seminários e colóquios, promovidos, designadamente, por institutos universitários de Portugal, do Brasil e de Itália.