Tu vives
mãe
adormecida
nua e esquecida,
seca,
fustigada pelos ventos,
ao som de músicas sem música
das águas que nos prendem
Ilha:
teus montes e teus vales
não sentiram passar os tempos
e ficaram no mundo dos teus sonhos
os
sonhos dos teus filhos
a clamar aos ventos que passam,
e às aves que voam, livres,
as tuas ânsias!
Ilha:
colina sem fim de terra vermelha
terra dura
rochas escarpadas tapando os horizontes,
mas aos quatro ventos prendendo as nossas
ânsias!
Um poema de Amilcar Cabral - Praia, Cabo
Verde, 1945 -
Fonte : Suplemento a Semana nº 677, 3 de
Setembro de 2004
www.vidaslusofonas.pt/cabral
Revista ? África Lusófona ? , Ano 3- n.º 23
? Setembro / Outubro 2004
Juvenal Cabral, Memórias e Reflexões
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