Manuel Resende: Surrealista e mais ainda
26.04.2018 às 15h35
"Como bom herdeiro das tradições literárias surrealista e anarquista, não se revê em grupos, nem em movimentos. E publicar também nunca se revelou uma urgência ou uma ambição. Apenas lhe interessam as palavras, as dos outros, que traduz com paixão, e as suas, que vai compondo em versos (torrenciais, épicos, humanos) que cruzam vida e História. A Cotovia acaba de lhe publicar a Poesia Reunida, volume que assinala os seus 70 anos de vida, celebrando ao mesmo tempo um percurso discreto e deslumbrado com o espetáculo do mundo
Quantos livros são necessários para se reunir uma poesia? Manuel Resende não publicou mais de três, a que juntou as experiências poéticas que atribuiu a um heterónimo (Mika Ahtisaari, nascido em 1960, em Tampere, na Finlândia) e três inéditos e esparsos. Mas a quantidade nada diz da qualidade de um verso. Lemos estes livros de poemas demorados e descobrimos a vibração de uma voz que se emociona com o curso da História que lhe coube viver, com os lugares que descobriu nas suas andanças pelo mundo, em particular na Europa, onde, através da tradução, contribuiu para um entendimento comum, e com a esperança que resiste à mecanização futurística da vida. Aos seus poemas acorrem massas populares, sonhos e utopias, mas também memórias, infâncias, redenções. Ou noutras palavras, as da sua filiação literária, aqui encontramos amor, poesia e revolução. Anarquista na forma, surrealista no conteúdo, a sua demanda é a da palavra certa, a que possa ter uma ressonância no mundo.
Manuel Resende nasceu no Porto, em 1948. Do pai, engenheiro, herdou o gosto pela poesia e as ideias de esquerda, que viriam a explodir, como luz em terra obscura, com o Maio de 68, que acompanhou, informado, à distância. Por essa altura já traduzia, paixão que nunca o abandonou, sendo hoje um dos grandes especialistas em grego moderno (é sua a recente edição dos poemas completos de Konstantínos Kaváfis, das edições Flop). Nunca exerceu engenharia, que cursou, mas passou pelas redações dos jornais (seis anos no Jornal de Notícias), e pelos corredores da União Europeia (duas décadas como tradutor). Estreou-se, em 1983, com Natureza Morta com Desodorizante, a que se seguiria Em Qualquer Lugar(1998) e O Mundo Clamoroso, Ainda(2004). Três etapas de uma vida traduzida em versos.
Manuel Resende nasceu no Porto, em 1948. Do pai, engenheiro, herdou o gosto pela poesia e as ideias de esquerda, que viriam a explodir, como luz em terra obscura, com o Maio de 68, que acompanhou, informado, à distância. Por essa altura já traduzia, paixão que nunca o abandonou, sendo hoje um dos grandes especialistas em grego moderno (é sua a recente edição dos poemas completos de Konstantínos Kaváfis, das edições Flop). Nunca exerceu engenharia, que cursou, mas passou pelas redações dos jornais (seis anos no Jornal de Notícias), e pelos corredores da União Europeia (duas décadas como tradutor). Estreou-se, em 1983, com Natureza Morta com Desodorizante, a que se seguiria Em Qualquer Lugar(1998) e O Mundo Clamoroso, Ainda(2004). Três etapas de uma vida traduzida em versos.
Jornal de Letras: Este volume assinala os seus 70 anos, os 50 do Maio de 68 e os 35 do seu primeiro livro. Que data foi mais preponderante para a reunião da sua poesia?
Manuel Resende: O Maio de 68, símbolo da minha geração. Tinha na altura 20 anos. Marcou-me muito.
Manuel Resende: O Maio de 68, símbolo da minha geração. Tinha na altura 20 anos. Marcou-me muito.
Reformulando uma pergunta famosa: onde estava no Maio de 68?
No Porto, de onde segui tudo com muita atenção. Através de umas cooperativas culturais conseguíamos estar bem informados. Foi uma rutura total com a sociedade em que nasci, uma luz de revolta e insubmissão, sobretudo para quem, como eu, assumia uma filiação surrealista.
No Porto, de onde segui tudo com muita atenção. Através de umas cooperativas culturais conseguíamos estar bem informados. Foi uma rutura total com a sociedade em que nasci, uma luz de revolta e insubmissão, sobretudo para quem, como eu, assumia uma filiação surrealista.
Define-se como surrealista?
Não o posso dizer dessa forma, porque não se pode ser surrealista e alinhar em grupos. Essa contradição, aliás, foi um dos problemas do Surrealismo, a base de muitas das suas guerras internas. Em nada disso me revejo, apenas nas ideias essenciais.
Não o posso dizer dessa forma, porque não se pode ser surrealista e alinhar em grupos. Essa contradição, aliás, foi um dos problemas do Surrealismo, a base de muitas das suas guerras internas. Em nada disso me revejo, apenas nas ideias essenciais.
Amor, poesia e revolução?
Sim. Imbuir-nos do espetáculo do mundo e sobretudo o acaso objetivo. Esquecemos frequentemente que nós estamos no mundo. Só na fusão entre nós e o mundo há conhecimento e sensações e amor.
Sim. Imbuir-nos do espetáculo do mundo e sobretudo o acaso objetivo. Esquecemos frequentemente que nós estamos no mundo. Só na fusão entre nós e o mundo há conhecimento e sensações e amor.
É preciso baixar as armas da razão?
Ser racional é aceitar a nossa condição humana, as nossas emoções. A razão de que tanto se fala acaba muitas vezes em coisas completamente irracionais. O desejo de controlar o mundo, por exemplo. Nunca seremos capazes de dominar a natureza, também porque somos parte dela.
Ser racional é aceitar a nossa condição humana, as nossas emoções. A razão de que tanto se fala acaba muitas vezes em coisas completamente irracionais. O desejo de controlar o mundo, por exemplo. Nunca seremos capazes de dominar a natureza, também porque somos parte dela.
Bem, temos dado bons avanços no sentido de controlar ou, pelo menos, destruir o mundo...
Isso já é possível. Podemos destruir o ser humano, mas o planeta continuará. Será outro, é certo, mas ele não precisa de nós para se salvar.
Isso já é possível. Podemos destruir o ser humano, mas o planeta continuará. Será outro, é certo, mas ele não precisa de nós para se salvar.
Destaquei a valorização do Maio de 68 porque normalmente a fronteira, em Portugal, está no 25 de Abril.
Para um slogan de badana, o 25 de Abril não dava conta certa em 2018... Sempre são 50 anos do Maio de 68... Mas, claro, o 25 de Abril foi muito importante, uma explosão. Eu estava na tropa, em Mafra. Tinha tudo preparado para desertar, com um contacto já feito com o passador. Não foi preciso. O curioso é que não nos informaram de nada.
Para um slogan de badana, o 25 de Abril não dava conta certa em 2018... Sempre são 50 anos do Maio de 68... Mas, claro, o 25 de Abril foi muito importante, uma explosão. Eu estava na tropa, em Mafra. Tinha tudo preparado para desertar, com um contacto já feito com o passador. Não foi preciso. O curioso é que não nos informaram de nada.
Quando é que soube da Revolução?
De manhã fomos acordados por uma pessoa que entrou aos berros na camarata. Dizia: houve um golpe de estado! E sabe qual foi a reação geral?
De manhã fomos acordados por uma pessoa que entrou aos berros na camarata. Dizia: houve um golpe de estado! E sabe qual foi a reação geral?
Temeu-se um golpe de direita?
Mais engraçado: "Já nos lixaram o fim-de-semana!" No fim do dia, no entanto, já todos cantavam a portuguesa. No dia seguinte fomos para Lisboa ocupar o quartel do Trem Auto. Foram dias incríveis. As pessoas na rua, contentes, eufóricas. Pedíamos um café e era de graça. Nos museus também não pagávamos. Havia orgulho nos militares.
Mais engraçado: "Já nos lixaram o fim-de-semana!" No fim do dia, no entanto, já todos cantavam a portuguesa. No dia seguinte fomos para Lisboa ocupar o quartel do Trem Auto. Foram dias incríveis. As pessoas na rua, contentes, eufóricas. Pedíamos um café e era de graça. Nos museus também não pagávamos. Havia orgulho nos militares.
Mas não ficou muito tempo na tropa.
Fui expulso por causa de uns comités que vieram a dar origem ao SUV - Soldados Unidos Vencerão. Lutei por uma democratização total nos ramos militares. Fiz uma proposta ultra-radical: abolir as patentes, todos deviam fazer todos os serviços. Fui aplaudido. Havia uma excitação com aquelas propostas. Mas depois...
Fui expulso por causa de uns comités que vieram a dar origem ao SUV - Soldados Unidos Vencerão. Lutei por uma democratização total nos ramos militares. Fiz uma proposta ultra-radical: abolir as patentes, todos deviam fazer todos os serviços. Fui aplaudido. Havia uma excitação com aquelas propostas. Mas depois...
Guia de marcha para a rua?
Pois. Até a ideia de um sindicato de soldados, inspirado no que havia na Holanda, foi considerado subversivo.
Pois. Até a ideia de um sindicato de soldados, inspirado no que havia na Holanda, foi considerado subversivo.
Pelas histórias que conta e também pela sua poesia nota-se uma consciência política forte. De onde vem?
De casa. Embora não falasse muito de política, o meu pai era um homem de esquerda, engenheiro na Efacec. Numa greve foi instado pela PIDE a denunciar os grevistas. Foi convenientemente transferido para a filial belga da Efacec. A ditadura não era só para os políticos, entrava na vida do dia-a-dia.
De casa. Embora não falasse muito de política, o meu pai era um homem de esquerda, engenheiro na Efacec. Numa greve foi instado pela PIDE a denunciar os grevistas. Foi convenientemente transferido para a filial belga da Efacec. A ditadura não era só para os políticos, entrava na vida do dia-a-dia.
Começamos pela política para chegar ao seu primeiro livro, Natureza Morta com Desodorizante, porque nele, como em toda a sua poesia, História e Poesia são indissociáveis. O título, aliás, parece um programa.
Mas olhe que não é. Dei-lhe esse título para não dizer coisa nenhuma. Foi o mais esquisito que consegui arranjar. Há naturezas-mortas com violinos, açucenas, frutas... A minha tem um desodorizante.
Mas olhe que não é. Dei-lhe esse título para não dizer coisa nenhuma. Foi o mais esquisito que consegui arranjar. Há naturezas-mortas com violinos, açucenas, frutas... A minha tem um desodorizante.
Referia-me à ideia de evocar um tempo suspenso - o ano de 1974 está muito presente no primeiro livro -, mas por vezes também amargo (haverá mais tempos no passado). E nos restantes livros também se sente essa ligação da poesia com a vida.
E tem de haver, sobretudo para quem se reivindica surrealista. Mas não é a vida comezinha. É a minha, a sua, a de todos nós. Só nos afirmamos com, pelos e contra os Outros. Mesmo na experiência individual, é esse todo que se busca.
E tem de haver, sobretudo para quem se reivindica surrealista. Mas não é a vida comezinha. É a minha, a sua, a de todos nós. Só nos afirmamos com, pelos e contra os Outros. Mesmo na experiência individual, é esse todo que se busca.
Em alguns poemas seus essa visão individual e coletiva parece devedora de Walt Whitman.
E é. Até tenho um poema intitulado Eu canto os momentos nativos. Poderia até dizer que a minha poesia é sobretudo uma colagem de muitos poetas, romancistas, músicos...
E é. Até tenho um poema intitulado Eu canto os momentos nativos. Poderia até dizer que a minha poesia é sobretudo uma colagem de muitos poetas, romancistas, músicos...
Não sofre da angústia da influência?
A Literatura, para mim, não é um combate, é um um ato de amor. Aceito todas as influências. Afirmo-me com o que recebo. É daí que vem o gosto pela tradução, a procura de me exprimir e ser outro pela voz alheia.
A Literatura, para mim, não é um combate, é um um ato de amor. Aceito todas as influências. Afirmo-me com o que recebo. É daí que vem o gosto pela tradução, a procura de me exprimir e ser outro pela voz alheia.
Quando começou a traduzir?
Muito cedo, ainda adolescente, mas aí só para mim. Mais tarde, durante o curso de engenharia, a tradução permitia-me ganhar algum dinheiro. A minha primeira tradução a sério, um ensaio de Jacques Rougerie sobre a Comuna de Paris, foi publicada em 1971. Sempre gostei de traduzir, mas a certa altura os editores começaram a atrasar-se nos pagamentos. Tive de encontrar uma alternativa.
Muito cedo, ainda adolescente, mas aí só para mim. Mais tarde, durante o curso de engenharia, a tradução permitia-me ganhar algum dinheiro. A minha primeira tradução a sério, um ensaio de Jacques Rougerie sobre a Comuna de Paris, foi publicada em 1971. Sempre gostei de traduzir, mas a certa altura os editores começaram a atrasar-se nos pagamentos. Tive de encontrar uma alternativa.
Surgiu o jornalismo?
Sim, houve um concurso para o Jornal de Notícias e entrei. Fiquei lá seis anos. Aproximava-se a entrada na União Europeia. O meu interesse pelo grego moderno [a Grécia entrou na União Europeia em 1985, um ano antes de Portugal] começou aí: queria perceber melhor o que por lá se passava. O meu objetivo era ser correspondente do jornal lá durante alguns meses, mas não havia dinheiro para isso. Por isso, concorri ao cargo de tradutor, com a ideia de voltar passado um ano. Fiquei 20.
Sim, houve um concurso para o Jornal de Notícias e entrei. Fiquei lá seis anos. Aproximava-se a entrada na União Europeia. O meu interesse pelo grego moderno [a Grécia entrou na União Europeia em 1985, um ano antes de Portugal] começou aí: queria perceber melhor o que por lá se passava. O meu objetivo era ser correspondente do jornal lá durante alguns meses, mas não havia dinheiro para isso. Por isso, concorri ao cargo de tradutor, com a ideia de voltar passado um ano. Fiquei 20.
Regressando à poesia. Embora longos, publicou apenas três livros.
A poesia acontece-me de vez em quando. Não forço nada, nem a publicação. Quando a oportunidade chegou, publiquei.
A poesia acontece-me de vez em quando. Não forço nada, nem a publicação. Quando a oportunidade chegou, publiquei.
Publicar não era um objetivo?
Nunca foi. O primeiro livro surgiu de uma proposta que uns amigos do Porto fizeram à Imprensa Nacional Casa da Moeda para a Plural. O Vasco Graça Moura disse-lhes que a coleção, para começar, tinha de ter vários livros preparados e não apenas um. Chegaram a mim pelo Manuel António Pina, de quem era muito amigo e que sabia que eu escrevia uns versos. Em Qualquer Lugar, da &etc, foi publicado por iniciativa de um amigo meu que, sem me dizer nada, enviou os poemas que lhe mostrara para o Vitor Silva Tavares. Ao Osvaldo M. Silvestre, editor da Angelus Novus, onde saiu O Mundo Clamoroso, Ainda, cheguei mais uma vez através do Pina. E esta poesia reunida também se deve à conspiração de uns amigos, que prepararam tudo nas minhas costas.
Nunca foi. O primeiro livro surgiu de uma proposta que uns amigos do Porto fizeram à Imprensa Nacional Casa da Moeda para a Plural. O Vasco Graça Moura disse-lhes que a coleção, para começar, tinha de ter vários livros preparados e não apenas um. Chegaram a mim pelo Manuel António Pina, de quem era muito amigo e que sabia que eu escrevia uns versos. Em Qualquer Lugar, da &etc, foi publicado por iniciativa de um amigo meu que, sem me dizer nada, enviou os poemas que lhe mostrara para o Vitor Silva Tavares. Ao Osvaldo M. Silvestre, editor da Angelus Novus, onde saiu O Mundo Clamoroso, Ainda, cheguei mais uma vez através do Pina. E esta poesia reunida também se deve à conspiração de uns amigos, que prepararam tudo nas minhas costas.
Aconteceu tudo por acaso?
O acaso faz bem às coisas. Se publicar, fico contente. Se não publicar, não há problema.
O volume também inclui uns poemas de um tal Mika Ahtisaari, finlandês radicado em Portugal...
... Isso foi um heterónimo que a certa altura arranjei, mas nunca o desenvolvi muito. Estou a passar por um período muito pessimista.
... Isso foi um heterónimo que a certa altura arranjei, mas nunca o desenvolvi muito. Estou a passar por um período muito pessimista.
Porquê?
Não sei se vai haver língua portuguesa daqui a algum tempo.
Não sei se vai haver língua portuguesa daqui a algum tempo.
Isso remete-nos para o poema em prosa que encerra o seu terceiro livro de poesia, Apocalipse.
Sim, às vezes penso nele como um testamento. Preocupa-me a crise ambiental, a inteligência artificial, a robotização da vida, o futuro. Talvez um robot nunca venha a conseguir o salto do pensamento do ser humano. Com pouca informação conseguimos criar uma estrutura superior que nos permite observar o mundo de outra maneira. O problema é de outra ordem.
Sim, às vezes penso nele como um testamento. Preocupa-me a crise ambiental, a inteligência artificial, a robotização da vida, o futuro. Talvez um robot nunca venha a conseguir o salto do pensamento do ser humano. Com pouca informação conseguimos criar uma estrutura superior que nos permite observar o mundo de outra maneira. O problema é de outra ordem.
Qual?
Os carros sem condutores, por exemplo. A Humanidade só aprende quando pratica. O ser humano vai ser cada vez mais burro. E quem mandará nas máquinas? Estão a sugar-nos a inteligência, a expropriar-nos da nossa própria vida.
Os carros sem condutores, por exemplo. A Humanidade só aprende quando pratica. O ser humano vai ser cada vez mais burro. E quem mandará nas máquinas? Estão a sugar-nos a inteligência, a expropriar-nos da nossa própria vida.
Não poderá libertar o homem para a escrita, a arte?
Se não soubermos plantar não saberemos o que é a Natureza. A relação com o mundo desaparecerá e as palavras perderão o seu significado. A linguagem estará condenada.
Se não soubermos plantar não saberemos o que é a Natureza. A relação com o mundo desaparecerá e as palavras perderão o seu significado. A linguagem estará condenada.
"Deitámos tantas palavras sobre o mundo/ A ver se o mundo se arrepende", diz um dos seus poemas. O que pode, então, uma palavra, um verso, um poema?
Nada e tudo, depende da ressonância no presente. Sabe por que razão um exército não pode marchar por cima de uma ponte?
Nada e tudo, depende da ressonância no presente. Sabe por que razão um exército não pode marchar por cima de uma ponte?
Não sei, na tropa não fui além da inspeção...
O movimento ordenado e cadenciado de um pelotão pode articular-se com a oscilação natural de uma ponte e levar ao seu colapso. Certas palavras ditas na altura certa têm uma força imensa, como se viu no Maio de 68. Mas para isso é preciso encontrar a música, e sobretudo o ritmo, de cada tempo. É muito difícil."
O movimento ordenado e cadenciado de um pelotão pode articular-se com a oscilação natural de uma ponte e levar ao seu colapso. Certas palavras ditas na altura certa têm uma força imensa, como se viu no Maio de 68. Mas para isso é preciso encontrar a música, e sobretudo o ritmo, de cada tempo. É muito difícil."
in: JL
Li a entrevista no JL. Gosto sempre de ler as entrevistas com escritores. E gostei desta.
ResponderEliminarUma boa semana meu Amigo.
Um beijo.