sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

O Rei dos Álamos _Erlkönig - Jessye Norman - Schubert - Legendado - Português


O Rei dos Álamos
o 2° poema de Goethe


Franz Schubert compôs seu lied Erlkönig em 1815 para voz e piano, com o texto do poema de Goethe. Schubert avaliaram a sua obra três vezes antes de publicar sua quarta versão, em 1821, como seu Opus 1; após a sua morte foi listada como D.328, usando o sistema de Otto Erich Deutsch . Ele foi testado para a primeira vez em um concerto no dia 01 de dezembro de 1820 em uma reunião privada em Viena . Foi apresentado ao o público em 07 de março de 1821 no Theater am Kärntnertor na mesma cidade (wikipédia)
Na opinião de António Vitorino de Almeida (compositor),
esta obra musical é uma das mais belas e foi criada pelo autor, quando contava apenas 16 anos.

O Rei dos Álamos
(tradução de Eugénio de Castro)

Quem cavalga tão tarde, ao vento e pela treva?
O cavaleiro é um pai, p'lo filho acompanhado,
Pai que, nos braços seus, o filho leva,
Cingindo-o muito, a fim de o ter agasalhado.

- Porque escondes, meu filho, essa carinha, tanto?
- Dos álamos, o Rei, meu pai, não o vês?
Não o vês tu, meu pai, coroado e com manto?
- Engana-te da bruma, alguns flocos talvez.

- Vem comigo, meu lindo! Ah, vem comigo! Vens!
Contigo jogarei jogos bem divertidos;
Muitas garridas flor's nas minhas ribas tens,
Minha mãe tem para ti áureos vestidos.

- Aos teus ouvidos, pai, dize-me cá, não chega
Tudo aquilo que o Rei me promete baixinho?
- Não te inquietes, meu filho, ó meu meu filho sossega:
Co'as folhas secas anda o vento em murmurinho.

- Vê lá se a vir comigo, ó lindo, te abalanças!
Tenho filhas que bem te saberão tratar,
Minhas filhas, verás! dançam nocturnas danças
E assim te embalarão, a dançar e a cantar.

- O teu olhar, meu pai, ainda não devassa
Das princesas o grupo, além na escuridão?
- Filho, filho, bem vejo o que em torno se passa
Só os salgueiros vês, que entre as névoas estão.

- Gosto muito de ti, dessa linda figura,
Não resistas, senão a força empregarei.
- Meu pai, o Rei prendeu-me agora com mão dura!
Ai! quanto me magoou dos álamos o Rei!

O pai, todo a tremer, apressura a montada,
Todo abraçado ao seu queixoso pequenino,
Depois de apuros tais, chega à sua morada,
Porém nos braços seus vai já morto o menino.

Goethe

2 comentários:

  1. Depois do poema lá e o meu desabafo e agora,
    este momento emoção e um presente esta
    preciosa partilha, amigo.
    Muito Grata por este momento aqui!!

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  2. Não pude deixar de me arrepiar com esta interpretação. De resto a música de Schubert toca-me imenso. Obrigada por este momento, meu Amigo.
    Um beijo.

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