domingo, 21 de maio de 2017
BB_crónica
BAPTISTA-BASTOS
"Dizer de mim
A minha vida não serve de exemplo para ninguém, a não ser para mim próprio.
Por Baptista-Bastos|00:30
Um homem é o que para os outros foi ou é, e, também, aquilo que o não deixaram ser. A minha vida permitiu-me acumular experiências, e tive a sorte de trabalhar, em dois diários, com grandes, extraordinários, profissionais. Os jornais, esses, acabaram e de forma triste e desamparada. Aos jornalistas, a esses, recordo-os sempre com estima e afeição. Sou um produto deles, e eles sempre olharam por mim com o cuidado suscitado pela amizade. Não exagero: o pulsar do meu coração não falha, quando leio ou assisto, pelas televisões, nos jornais, a reportagens que marcam o sobressalto daquilo que sinto. Esses sentimentos prolongo-os até hoje, numa memória constante que, amiúde, se confunde com o meu próprio destino.
Às vezes, apetece-me dizer estas coisas. Inspirações momentâneas, surgidas do que observo ou leio. Mas também desejo encorajar todos aqueles que, nos jornais ou nas televisões, têm sentido a frustração dos dias, a estranha paragem do tempo, a dor secreta da velhice. Nunca me queixei, nunca levei para casa a dor profunda e secreta do que me faziam. Fui fazendo. Algumas vezes disfarçando, nas frases, o sofrimento que ocultava com um riso só feliz na aparência. Tenho andado a remoer e a mastigar, com o esquecimento forçado e o sorriso aberto, as dores com as quais fui envelhecendo.
Tenho a cabeça e os sentimentos que nela se ocultam, sem se apagar, numerosos factos e histórias, afinal comuns a quem fez da vida um caudal de palavras e de frases. O culpado sou só eu. Mas só escrevo aquelas que não podem magoar ninguém. Sei que se chama a isto ter carácter. Salvei- -me do recurso à canalhice, e tudo concorria para que assim não fosse. A minha vida não serve de exemplo para ninguém, a não ser para mim próprio, e só a escrevo em minúsculos episódios, como este, agora, e devo-o não só a mim, mas, sobretudo, àqueles que de mim gostam. Até já."
in: jornal "Correio da Manhã",
8.fev.2017
sábado, 6 de maio de 2017
Carminho - Uma vida noutra vida - Live in Rudolstadt (12/15
deixar músicos alemães surpreendidos.
Guitarrada by Luis Guerreiro (Valsa Chilena live from London
Guitarrada by Luis Guerreiro (Valsa Chilena live from London
quinta-feira, 4 de maio de 2017
Salvador Sobral - Amar Pelos Dois (Spain Calling International) Eurovision 2017"
Nova Versão
- " primeiro estranha-se, depois entranha-se" - Fernando Pessoa
Salvador Sobral - Amar Pelos Dois (Duet by Glen Keane)
Letra
Se um dia alguém perguntar por mim
Diz que vivi para te amar
Antes de ti, só existi
Cansado e sem nada para dar
Diz que vivi para te amar
Antes de ti, só existi
Cansado e sem nada para dar
Meu bem, ouve as minhas preces
Peço que regresses, que me voltes a querer
Eu sei que não se ama sozinho
Talvez devagarinho possas voltar a aprender
Peço que regresses, que me voltes a querer
Eu sei que não se ama sozinho
Talvez devagarinho possas voltar a aprender
Meu bem, ouve as minhas preces
Peço que regresses, que me voltes a querer
Eu sei que não se ama sozinho
Talvez devagarinho possas voltar a aprender
Peço que regresses, que me voltes a querer
Eu sei que não se ama sozinho
Talvez devagarinho possas voltar a aprender
Se o teu coração não quiser ceder
Não sentir paixão, não quiser sofrer
Sem fazer planos do que virá depois
O meu coração pode amar pelos dois.
Não sentir paixão, não quiser sofrer
Sem fazer planos do que virá depois
O meu coração pode amar pelos dois.
...........
Opinião
Com esta versão tenho de me render à qualidade do poema e, em especial, da interpretação.
Um grande cantor que faz da voz o que quer.
É de um entrega fabulosa e espero que seja esta a versão a apresentar na Ukrania, que cante como aqui, e com um pianista bom.
E...que ganhe, porra!
Actualização: 9.mai.2017
(e... já estamos na Final, entre 17 em inglês e esta única em português).
LuísM
.............,...........
Actualização: 11.mai.2017
Público
MIGUEL ESTEVES CARDOSO
CRÓNICA
O Salvador Sobral
7 de Março de 2017, 7:27
Não é de agora a alegria que tenho de ouvir a música de Salvador Sobral. Mas chegou a altura de partilhar esse prazer e esperar que ele atinja o público internacional que merece.
A voz dele é límpida e aérea. Tem uma musicalidade irrequieta que se atreve a cantar por cima do canto. Canta como se toda a música dependesse dele. Cada canção é um tudo ou nada.
Convalescente e sem auscultadores depois de ter ganho o Festival da Canção comAmar pelos dois, uma canção bonita e subtil de Luísa Sobral (de quem é irmão), Salvador Sobral recusou-se a jogar pelo seguro e arriscou tudo mais uma vez, entregando a voz ao momento e ao público. O resultado, cantado com a irmã, sem artifícios ou automatismos, foi comovente de tão bem conseguido.
Os grandes intérpretes conseguem partilhar as emoções e, quando não as sentem, inventam-nas de maneira convincente. É ao partilhá-las através da empatia fascinada do público que começam deveras a senti-las e a torná-las cada vez mais íntimas.
Salvador Sobral é esse artista desde que o ouvi cantar pela primeira vez. Fez-me logo lembrar, pela sensibilidade e pela abertura musical, o jovem Frank Sinatra quando tinha a mesma idade.
Não é preciso acesso às gravações: basta vê-lo no YouTube em qualquer fase da carreira dele. Acompanhamo-la a apanhar as músicas e a torná-las dele e de quem as ouve. É maravilhoso ver como ele se surpreende com o próprio talento, deixando--se enlevar e levando-nos com ele.
Viva Salvador Sobral! Que nunca mais pare quieto.
in: jornal 'Publico"
É de um entrega fabulosa e espero que seja esta a versão a apresentar na Ukrania, que cante como aqui, e com um pianista bom.
E...que ganhe, porra!
Actualização: 9.mai.2017
(e... já estamos na Final, entre 17 em inglês e esta única em português).
LuísM
.............,...........
Actualização: 11.mai.2017
Público
MIGUEL ESTEVES CARDOSO
CRÓNICA
O Salvador Sobral
7 de Março de 2017, 7:27
Não é de agora a alegria que tenho de ouvir a música de Salvador Sobral. Mas chegou a altura de partilhar esse prazer e esperar que ele atinja o público internacional que merece.
A voz dele é límpida e aérea. Tem uma musicalidade irrequieta que se atreve a cantar por cima do canto. Canta como se toda a música dependesse dele. Cada canção é um tudo ou nada.
Convalescente e sem auscultadores depois de ter ganho o Festival da Canção comAmar pelos dois, uma canção bonita e subtil de Luísa Sobral (de quem é irmão), Salvador Sobral recusou-se a jogar pelo seguro e arriscou tudo mais uma vez, entregando a voz ao momento e ao público. O resultado, cantado com a irmã, sem artifícios ou automatismos, foi comovente de tão bem conseguido.
Os grandes intérpretes conseguem partilhar as emoções e, quando não as sentem, inventam-nas de maneira convincente. É ao partilhá-las através da empatia fascinada do público que começam deveras a senti-las e a torná-las cada vez mais íntimas.
Salvador Sobral é esse artista desde que o ouvi cantar pela primeira vez. Fez-me logo lembrar, pela sensibilidade e pela abertura musical, o jovem Frank Sinatra quando tinha a mesma idade.
Não é preciso acesso às gravações: basta vê-lo no YouTube em qualquer fase da carreira dele. Acompanhamo-la a apanhar as músicas e a torná-las dele e de quem as ouve. É maravilhoso ver como ele se surpreende com o próprio talento, deixando--se enlevar e levando-nos com ele.
Viva Salvador Sobral! Que nunca mais pare quieto.
in: jornal 'Publico"
...........
Actualização: 13.mai.2017
E pronto... GANHARMOS!!!
e ganhou a música.
LuísM
Actualização: 13.mai.2017
E pronto... GANHARMOS!!!
e ganhou a música.
LuísM
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